Conhecendo São Bento do Sapucaí e a Pedra do Baú!
Texto originalmente escrito em 12/04/2020
Meu deus, que saudades! Faz tempo que não venho aqui, mas estou mantendo textos também em parceria com a Roda Mundo, não esquece de passar por lá – https://www.rodamundo.tur.br/blog/como-nao-cair-em-uma-roubada-com-seu-intercambio/?fbclid=IwAR3Kx0IhA8Mk8aHU6zmUXq-1eJ8Fe8qU99rESIXNreCe36r86nkHKNOuJGc- – não estou tãaao sumida assim!
E vocês, como estão? Todo mundo em casa, devidamente equipado com seu álcool em gel e água e sabão?
Que doidera o que estamos vivendo né! Eu confesso que no meio de home office, números da covid, lives e saudade das pessoas que amo, estava difícil achar inspiração pra escrever aqui, mas tanta coisa legal aconteceu no último mês, que resolvi focar na parte positiva, não só da vida, mas deste blog! Então, vamos falar de coisa boa, do último destino que visitei e da última aventura que passei.
Em uma Era não muito distante, mas tão diferente do que vivemos agora, mais precisamente no começo de Março, Aaron veio pra cá! Como era a 5ª vez e muita coisa já não era novidade, lá fui eu pensar em coisas diferentes pra fazer enquanto ele estivesse me visitando.
E o diferente não necessariamente precisa ser algo caro, longe e complexo. Por este motivo, decidi ir a um lugar que já fui muitas vezes na vida, Campos do Jordão! E já que o caminho estava para as montanhas, porque não mudar um pouco a rota e conhecer o entorno, em cidades menores, não tão conhecidas, beeeem mais baratas e cheia de atividades para fazer?
Pesquisei bastante, e entre diversas dicas que recebi, inclusive de amigos – Tks Carol Vieira, você ajudou demais – segui para São Bento do Sapucaí, aquela cidade que talvez você não saiba, mas é onde fica a famosa Pedra do Baú.
Pedra do Baú = escalar!
– Nãaaao, está louco amigo, eu não faria uma coisa dessas. Você já viu o tamanho daquela pedra? (rindo da minha própria cara agora).
Vamos por partes. Pra quem não sabe o que é, o Monumento Natural Estadual da Pedra do Baú, é o principal cartão postal da cidade. O complexo rochoso é composto pela Pedra do Baú, Bauzinho e Ana Chata e a Pedra do Baú é a principal formação, com quase 2 mil metros de altitude.
O meu plano e o meu roteiro era escalar a Ana Chata. Li muuuito a respeito, vi que o Bauzinhu você chega praticamente de carro e é legal para admirar o pôr do sol com vista para a pedra principal, que o Baú você precisava de guia e 5 horas de trilha alcançar o topo e voltar, e eu tava beeeem de boa de uma aventura dessa – fui para descansar – e a Ana Chata, que é uma pedra com trilha de dificuldade intermediária, a qual escolhi que iria conhecer.
Na véspera da viagem descobri que a minha pousada por acaso, ficava na entrada da trilha da Pedra do Baú, tipo, entrada mesmo, na porta do chalé tinha uma cerca e de lá começava a trilha para a pedra. E que no mesmo complexo ficava um dos restaurantes com vista mais f* da região. Poderia dizer que foi premeditado, mas confesso que foi pura sorte. Escolhi porque amei as fotos do chalé, foi amor à primeira vista.
Visualiza que se você está hospedado praticamente na base da pedra, você tem que subir muuuito para chegar até lá. E assim fomos, em uma sexta feira a tarde, eu desafiando toda a minha habilidade de motorista, com meu 1.0, subindo muita montanha. Talvez você não saiba, mas o Aaron é maluco em montanhas; obviamente, assim que ele viu a Pedra do Baú, meus planos da Ana Chata caíram por terra e ficou decidido, que o rolê seria subir os 2mil metros de altura. Não tive nem chance rs
Preciso fazer uma pausa aqui para comentar e indicar de olhos fechados o lugar que ficamos hospedados! Sério, que maravilhoso. Hoteleira que sou, acho que nunca tinha ficado hospedada em um chalé tão fofo, com uma vista que você não cansa de tão linda, e com a hospitalidade do Kaique e da família dele, que foram muito legais com a gente. Ganho nada com isso, mas vou deixar o link da Booking aqui da Pousada que eu com certeza voltarei alguma vez na vida e indico para TODOS os casais que conheço, façam isso por vocês! https://www.booking.com/hotel/br/chales-araucaria-e-manaca.pt-br.html (Porque na Booking? Porque eu sempre reservo por lá)
Voltando ao roteiro, chegamos lá sexta a tarde, fizemos nada com gosto e depois descemos para a cidade de São Bento para passear na vila. São Bento é aquela cidade fofa, típica de interior? Com a Igreja, a praça, os bares na rua e o tempo passando bem devagar. Descobrimos um aplicativo da cidade quando paramos para tomar um café com todas as atrações e seguimos explorando. Voltamos com uma pizza e vinho para o chalé para nos preparar para o dia seguinte.
No mesmo complexo do chalé, esqueci de contar, tem um posto da Bau Ecoturismo, a agência de aventura da cidade. Aaron e eu já tínhamos decidido que como ele tinha expertise nesse tipo de escalada, que chama via ferrata (leia-se ganchos fincados na pedra que você vai subindo como se fosse uma escada), e o guia não era obrigatório, que ele seria o guia da vez =) Alugamos o equipamento de segurança, que é item obrigatório, e partimos.
Como foi escalar a Pedra do Baú
Se você pesquisar no youtube, verá vídeos de gente subindo de chinelo, com criança e até uns locais de lá me falaram que sobem a noite com violão nas costas para ver o nascer do sol, mas assim, eu Natália, não iria sem equipamento de jeito nenhum. Eu acho que você tem que respeitar o local onde você está e seguir as normas pela sua própria segurança! Então na minha cabeça não custa muito. O equipamento basicamente é um capacete e uma cadeirinha com dois ganchos, onde você vai prendendo um gancho de cada vez nos degraus, para o caso de desiquilibrar. Depois que você pega o jeito é fácil!
Dica: Não faça como eu e passe repelente que eu fui mortalmente atacada nos 40 min de caminhada até a base da pedra e aproveita o passeio!
Tem muita gente que quando chega na parte da via ferrata desiste, tem gente que no meio da escalada, quando vai ficando alto e tenso, desiste também! E assim, tudo bem também, você tem que respeitar seus limites. Eu sou um tanto sem noção né, acordei choramingando com medo da tal pedra e a hora que vi o primeiro gancho, já comecei a subir sem nem pensar. Cada um tem que encontrar aquele ponto que te motiva, e o meu era superar esse desafio seguindo uma pessoa que confio e que sei que cuidaria de mim.
Chegar lá em cima é muito louco, a vista é espetacular e você sente que está quase tocando as nuvens. Eu teria curtido ainda mais se não tivesse me dado um pânico repentino de que eu teria que descer tudo aquilo e se você ver os últimos dez degraus, vai entender que o barato é louco. Mas, mesmo assim, deu para curtir muito, e tivemos a sorte de pegar o lugar só pra gente. Eu não imagino como seria andar aquele espaço tão estreito com gente por todos os lados.
Pra você que ficou na dúvida ainda se vale a pena, vou deixar umas fotos aqui e o meu relato que a descida, como me contaram e eu relutei pra acreditar, é ainda mais fácil que a subida.
Terminamos nosso sábado, fazendo checkout com lágrimas nos olhos (queríamos morar lá), com uma lata de coca cola e as pernas para cima no restaurante do complexo, só absorvendo aquele mix de adrenalina e felicidade.
O que mais você encontra em São Bento do Sapucaí
De lá paramos na cachoeira dos Amores que fica pertinho da pousada e custa R$ 5,00 por pessoa para entrar. No caminho para Campos do Jordão paramos no Bauzinhu para o pôr do sol. Eu li que após as 17hrs eles liberavam a entrada de carros e você praticamente não tinha esforço físico nenhum para chegar no point view (até porque eu já tinha encarado 05 horas de trilha naquele dia), mas o guardinha não estava muito afim e lá fomos nós andar de novo! Chegamos a tempo + pegamos o fim do dia já nublado.
A cidade de Campos do Jordão deixarei para o próximo post, porque quero contar o que fazer em Campos que foge do roteiro todo-mundo-faz de Baden Baden, foundue e teleférico, até porque eu já fui N vezes para lá e posso contribuir com várias dicas.
Um beijo a todos, fiquem bem nas suas casas, e conta comigo para o que precisarem! Estamos juntos nessa luta!