Buena Onda

Texto originalmente escrito em 15/12/2019

Eis que a pessoa que lhes escreve anda um pouco enferrujada e sumida. O tempo que me resta mal dá para lavar o cabelo (acredite!) e minha ligação com essa página linda fica só na cabeça mesmo. É tanta coisa para dizer e tão pouco tempo para concretizar!

Você não deve saber, porque eu não tive tempo de contar aqui, mas 05 meses atrás eu mudei de vida novamente e aquele trabalho delicinha home office, vida leve, foi substituído por uma jornada maluca de 50 horas semanais, bater ponto, uniforme, salto alto, trânsito e 999 e-mails por semana na caixa de entrada. Estou de volta a hotelaria 5 estrelas, coordenando eventos e grupos – simmm grupos de 200 apartamentos – encarando mais um desafio profissional.

Para facilitar um pouco mais, criei uma parceria com a agência de viagem que me levou para os meus intercâmbios para escrever a eles também, dividindo experiências, roteiros e principalmente a experiência de fazer a mala e partir para um destino sem muitas certezas. Então se você está sentindo falta de mim como eu estou de vocês, você encontrará textos no link https://www.rodamundo.tur.br/blog/category/buena-onda/, inclusive contando da Chapada dos Veadeiros, que eu comentei aqui anteriormente.

E no meio dessa vida louca, desistir de viajar, JAMAIS! E assim começa a próxima aventura:

Quem disse que viajante mochileiro não curte uma excursão?

Logo eu, a rainha da organização, a louca das milhas. Que pesquisa tuuuudo antes de conhecer um destino e imprime os roteiros até hoje. Que coleciona imãs de geladeira por onde passa.  Que agita a galera para se jogar na estrada e não pode ver um feriado prolongado que já fica pensando pra onde ir.

Essa pessoinha que lhes fala, se jogou em uma excursão para Arraial do Cabo e Cabo Frio, com direito a músicas decoradas para o motorista, muitas horas de busão e passeio de barco regado a funk hahahahahahaha

– Tá doida é?

Ainda não rs. A falta de tempo, entre outras coisas, me privou de viajar em dias de semana e aproveitar passagens mais baratas ou planejar Euro Trips sempre que a saudade apertasse. E no meio desse turbilhão de mudanças eu conheci a Ohana Trips.

Já cansei de ver pessoas organizando viagens por aí nas redes sociais, basicamente para os mesmos destinos, e nunca me chamou a atenção. Mas fui convencida com o conceito deles! Ohana é uma palavra de origem havaiana que significa família e a ideia da empresa é essa, juntar pessoas, transformá-las em amigos para que sigam em outras viagens como uma grande família.

Eu que já havia conhecido Paraty, Trindade, Búzios e Angra dos Reis, me animei na hora quando descobri que o roteiro era para as duas praias do Rio de Janeiro que ainda não conhecia e vou te falar, ainda bem que eu fui. Meu único trabalho foi encontrar amigos fodas para me acompanhar e pagar o boleto.

Te juro que não pesquisei nada, não sabia como seria. Só fiz minha malinha de mão e na noite de sexta feira estava no ponto de encontro. De vez em quando é uma delícia não ter controle de nada. Está preparado para o roteiro?

Como curtir Arraial do Cabo e Cabo Frio em um fim de semana

• 

• 

• 

Saímos com o ônibus fretado por volta das 22h30 e amanhecemos em um dia nublado em Arraial do Cabo! A cidade fica aproximadamente duas horas e meia de carro para quem vai do Rio de Janeiro. 

Nós já acordamos fazendo um luau no ônibus, entoamos o Sol do Vitor Kley e o céu abriu lindo pra nós, daqueles dias de se aplaudir.

Nos trocamos e tomamos café no caminho mesmo, em um posto na estrada, direto para o Porto de Arraial para o nosso passeio de barco. Uhuuu! Você paga uma taxa administrativa de R$ 8,00 no porto + o valor do passeio. Como o passeio estava incluso no pacote da trip, zero fila! Atravessamos a galera direto para o nosso deck no barco de dois andares. Nada mal amigo.

O passeio de barco tem mais ou menos o mesmo roteiro, o que vai mudar é a ordem das praias mediante a lotação de cada uma. No nosso caso começamos na Praia do forno com parada para mergulho.

A Praia do Forno, de águas cristalinas no meio da Mata Atlântica é acessível de trilha ou de barco. Eu que AMO mar já olhei aquela água e me joguei do barco mesmo, para lavar a alma. Que delícia. Ficamos um pouco por ali nadando e seguimos a próxima parada, a Praia do Farol.

No caminho passamos em frente a Pedra do Macaco que tem esse nome pois dependendo do ângulo, você vê o rosto de um macaco, nas rochas esculpidas pela ação da natureza no decorrer dos anos. Também passamos pela Gruta Azul, outra formação rochosa da Ilha. A Gruta é chamada assim pois em alguns períodos do ano, no nascer do sol, a luz invade a gruta e o reflexo da água transforma as cores do paredão. Irado né? Também vi passeios de barco para o interior dela.

Por fim vimos a imagem de Nossa Senhora em um buraco no meio da rocha. As lendas dizem que o buraco foi formado pela queda de um meteorito.

A última parada, praia do Pontal do Atalaia, superfamosa pela escadaria que desce do topo do morro até a praia. Quando desembarcamos e olhei A GALERA na escada para conseguir a foto “instagramável”, eu desisti e voltei nadando para o barco mesmo que era muito mais divertido.

Voltamos do passeio para o almoço e no fim da tarde fomos caminhando até o Mirante da Praia do Forno. Valeu cada passinho assistir de lá de cima as tartarugas nadando, imagina a transparência dessa água. O trajeto é todo é rodeado com a vegetação nativa da mata, com muitos cactos que deixam o visual ainda mais lindo.

Outro ponto maravilhoso da excursão? Entramos no ônibus, chegamos no hostel e o tempo de tomar banho e descansar um pouco o jantar tava pronto com drinks, música e gente animada! Bebemos, dançamos forró como não dançava a tempos, fizemos luau novamente no hostel e quando fomos expulsos de lá pelo horário do barulho, achamos um bar na esquina que deixou a gente cantar o quanto desafinados quiséssemos em troca de consumo de cerveja. Vida.linda

Dia seguinte, na coragem acordamos para conhecer a Ilha do Japonês que fica em Cabo Frio mesmo, onde estávamos hospedados. Passamos o dia jogados na areia, tomando caipirinha e fazendo nada com gosto. De lá, fui conhecer a rua dos biquínis e já garantir os modelitos do verão 2020. Paramos para almoçar em um bar com samba e chegamos no hostel com a galera dançando axé antigo! Paraaa né, se eu tivesse organizado não teria sido tão perfeito. O legal é que esse dia cada um ficou soltou para fazer o que quisesse até as 18h, quando entramos no ônibus de volta a São Paulo.

Balanço da trip: Novos amigos, não pesou tanto no bolso, zero trabalho e o destino irado. Arraial é comparada com os melhores destinos do Caribe, que eu não conheço, mas uma coisa eu tenho de concordar, as praias são maravilhosas, a água geladinha e sempre tem um bar servindo Antártica gelada e porção de camarão pra ninguém botar defeito.

Obrigada Ohana, até a próxima! Pra quem se animou, eles tão com roteiros para Capitólio, Ilha Bela, São Thome das Letras. Quem sabe não nos encontramos em uma próxima. http://ohanatrips.com.br/