O que fazer em Paraty – Rio de Janeiro
Texto originalmente escrito em 24/01/2019
Aniversário de São Paulo chegando e eu vou falar de onde? Do litoral do Rio de Janeiro hahahahaha. Brincadeira a parte, me lembrei que inclusive em um desses feriados de São Paulo me joguei em Paraty pela segunda vez. Foram 03 visitas completamente diferentes (2013, 2016 e 2018), com grupos de amigos diferentes. Paraty para mim é um refúgio especial e hoje vim contar um pouco do que se fazer por lá, então se acomoda no sofá que vem um monte de dica pra vocês.
Não sei se você sabe, mas a cidade de Paraty, durante o período colonial brasileiro, foi usada para entrada de mercadorias e escravos e para exportar nosso ouro e café de Minas Gerais e do Vale da Paraíba, respectivamente. Com a criação de rotas alternativas a cidade foi caindo no esquecimento até se tornar um importante polo turístico com diversos monumentos tombados pelo patrimônio histórico.
Outra curiosidade é o centro histórico, onde os carros não são permitidos desde 1970 e as ruas são traiçoeiras para os pedestres. Isso se deve as pedras irregulares no chão, conhecidas como pé-de-moleque. Conta-se que o calçamento com pedras foi feito para que as mulas não atolassem em períodos de chuva, nem levantassem poeira nos dias de sol.
Construída no nível do mar, outro fenômeno bastante comum na lua cheia é o alagamento de ruas no centro. A técnica de projeta-lo em um nível mais fundo servia para lavar a cidade, levando o lixo e dejetos das ruas para o mar.
O que fazer
Se perder pelas ruas do centro histórico
Andando no centro histórico preste atenção nos símbolos maçônicos que ainda se mantem nas fachadas dos sobrados com desenhos geométricos, em relevo. Repare que as ruas são curvas e as esquinas muito parecidas, recurso usado pelos portugueses para confundir eventuais invasores. Pare e observe as igrejas. A da Matriz, construída em terreno de mangue, ficou tão pesada, que começou a afundar e nunca foi terminada (!).
Hoje as ruas são tomadas por ateliês de artistas locais, cachaçarias premiadas, restaurantes, bares, hippies tocando e vendendo sua arte e gente caminhando sem pressa e feliz. Não te convenci ainda? Então experimenta os doces das barraquinhas que ficam pelas ruas, é sucesso.
Se quiser uma explicação mais a fundo da história do local, a cidade oferece free walking tour, conduzido por moradores com 2 horas de duração. As 10h30 em português e as 17h em inglês da Praça da Matriz. Só chegar, eles estão de camiseta vermelha.
Visita aos Alambiques
Dos mais de 100 alambiques de aguardente que funcionaram no município em meados de 1700, a cidade conta hoje apenas com 7, são eles: Cachaça Coqueiro, Cachaça Corisco, Cachaça Maria Izabel, Cachaça Paratiana e Mulatinha, Cachaça Pedra Branca, Cachaça Maré Cheia e Cachaça Engenho D’Ouro.
Cada um com sua versão da cachaça Gabriela, feita com cravo e canela. Não, não estou falando da novela, mas o nome originou daí, depois que foi a novela foi filmada na cidade. Não deixe Paraty antes de tomar um drink chamado Jorge Amado com essa cachaça, é tipo uma caipirinha com maracujá, limão e cachaça, delícia.
Conheci o alambique Engenho D´Ouro recentemente. O local produz cachaças reconhecidas mundialmente e ainda conta com um restaurante e a casa de farinha. Fica a dica extra que eles têm funcionário que falam inglês e o namo gringo adorou!
Passeio de barco
Do porto de Paraty todos os dias saem uma infinidade de barcos com diferentes roteiros, tamanhos e preços para você conhecer algumas das ilhas do entorno. Também é possível, se estiver em grupo, alugar um barquinho para seus amigos, negociar a bebida e comida e fazer seu próprio roteiro. Já testei os dois e ambos são legais, vai depender mesmo da quantidade de pessoas que você irá viajar.
Se for nos barcos comerciais de turista, eu indico a empresa Netuno, eles têm dois tamanhos de barco, fui no menor, e normalmente fazem 4 paradas. Você pode comer no próprio barco, pagando a parte, e eles oferecem gratuitamente aqueles macarrões pra você ficar boiando na água. Se organiza e fecha no dia anterior para não correr o risco de ficar sem vaga.
Cachoeiras
São muitas, mas conheci recentemente a do Tobogã, que fica no finalzinho da estrada de Cunha pra quem está descendo de Aparecida e ao lado do Alambique Engenho D´Ouro. Dois passeios em um, sacou? Também da para estender o passeio até o poço do Tarzã, uma piscina natural formada entre pedras.
Outra superfamosa, mas em Trindade, é a cachoeira que tem o buraco que engole. Não conheço e não tenho muita vontade de entrar entre duas pedras e desaparecer em um rio abaixo. Vai que! Tem gente que adora, mas não é minha praia. Se você foi me conta!
Passar um dia em Trindade
Falando em Trindade, não deixe de conhecer a cidade vizinha de Paraty. São 18km de distância e chegando na primeira praia de Trindade, de Cepillo, você saberá que chegou porque cruzará uma parte de pedras cobertas com uma camada de água. Legal já pra sentir a vibe roots e aventureira do local.
Já fiz um passeio começando pela praia do Meio e seguindo a trilha até a Praia do Caixa d´aço. Ali você tem acesso a Piscina Natural através de outra trilha. Você também pode ir e voltar de barco. Nós fomos a pé e voltamos de barco. O local é lindo, mas tem a mesma proporção de peixes e turistas barulhentos, se conseguir conhecer fora de temporada, ponto pra você.
Se preferir passear pelo centrinho, vai encontrar diversos restaurantes e algumas lojinhas, hippies, mesmo pegada de Paraty, um pouco + roots. De noite rola música ao vivo e os luaus embaixo de céu estrelado.
Onde dormir
Vocês sabem que eu não ganho um real por isso né, então as indicações aqui são baseadas no meu próprio gosto. Já fiquei hospedada em dois hostels, do mesmo dono, na mesma rua. Eles são uma graça, e o must é que o café da manhã é servido para os dois locais em um quiosque de praia pé na areia. Pensa que maravilhoso acordar, atravessar a rua e ver o mar enquanto toma seu café. Não conta pra ninguém, mas as vezes quando eu quero me tele transportar pra algum lugar e relaxar é pra lá que eu vou.
Anota aí:
Geko Hostel
Av. Orlando Carpinelli, 111, Praia do Pontal – Pontal, Paraty
Fui com uma galera e fechamos os quartos compartilhados com amigos, foi demais. Eles passaram por uma super reforma, e eu não me hospedei lá depois disso, mas continuo amando aquele lugar.
Chill Inn Hostel
Av. Orlando Carpinelli, 133, Praia do Pontal – Pontal, Paraty
Esse eu na ocasião fiquei em um quarto compartilhado com outras duas amigas e desconhecidos, mas foi tranquilo. E eles ainda oferecem a melhor opção de passeio de barco.
Casa Viva Pousada
Rita Ribeiro da Gama, 314, Caborê, Paraty – RJ
Pra quem não quer ficar em hostel, tá viajando em casal ou não tem mais idade para ouvir o ronco alheio, indico o Casa Viva. O lugar é lindo, tem macaquinhos ao redor, uma piscina gigantesca e um serviço impecável. O café da manhã não tá incluso, mas tem um preço super justo e o New, dono do local é um querido, trata a todos superbem. Tem sala de jogos, um bar e vive recebendo gringos.
Onde comer e beber
Van Gogh Pub – R. Dr. Samuel Costa, 22 – Centro Histórico, Paraty
Eu sou maluca por hambúrguer artesanal bem feito e esse meu amigo, foi a melhor indicação da vida (ponto para o New novamente). Na primeira noite conhecemos o local porque eles vendiam drinks para levar, tomamos alguns litros de Jorge Amado assim curtindo um show na praça hahahaha.
No dia seguinte fomos jantar e que delícia. Super caseiro, com a melhor batata rústica que já comi e ainda tinha um britânico tocando ao vivo, que de tanto tempo que se mudou para nossa terra verde e amarela, já fala até português. Sensacional mesmo, não deixe de ir.
Margarida Café
Só conheci a padaria deles, que tem um atendimento excelente e doces de cair o queixo.
Para tomar cerveja gelada – A rua lateral da Praça da Matriz tem uma infinidade de bares com mesas nas ruas e música ao vivo. É o point.
Ufaa… Acho que lembrei da maior parte das coisas que já fiz por lá, espero que gostem! Se tiverem outras dicas, compartilha, porque com certeza eu passarei por lá novamente =)