Buena Onda

Texto originalmente escrito em 28/01/2018

Falar dos lugares que conheci é fácil, agora falar de onde nasci eu quero ver!

Eu, paulistana nascida na Avenida Paulista, que chamo biscoito de bolacha, falo meu, mano e vou morrer achando que paulista não tem sotaque rs

Minha relação com essa cidade é complicada. Eu tenho para mim que mais desgosto do que gosto, mas sempre que faço minha mala e vou embora, não vejo a hora de voltar pra cá.

Tenho medo da violência, não me sinto segura, mas AMO dirigir um fim de tarde pela Marginal de ponta a ponta, de preferência para ver o pôr do sol na praça. Ficar no trânsito me estressa, mas se precisar enfrenta-lo para passar uma tarde no Ibirapuera eu vou feliz. Quando eu acho que não tenho nada para fazer, surgem 999 opções de restaurantes, festas, exposições e atividades para fazer nessa cidade que nunca dorme. Sim, é uma relação de amor e ódio, mas nós nos adaptamos ao meio certo?

Essa semana São Paulo completou 464 anos e eu vim aqui fazer a minha pequena homenagem e listar os bairros que mais frequento nos meus 30 anos e o que eu gosto de fazer por lá:

Moema – Um dia já fiz isso na Vila Olímpia, em outra época na Vila Madalena, hoje em dia meu cantinho favorito para tomar uma cerveja é Moema. Os bares ainda guardam o que um dia foi a Vila Madalena com pessoas bebendo na calçada, sem aquela muvuca, sem aquela mulecada, só a galera happy-hour-pos-trabalho-de-boa. O preço é justo, fecha cedo e é perto de casa. Ainda neste bairro está o Parque do Ibirapuera, que eu já frequentei muito, seja para andar de bike, patins, ou praticar exercícios físicos mesmo. 

Brooklin Novo – Também conhecida como a região da Berrini, é o bairro onde trabalho os meus últimos 12 anos (quando não estou viajando, claro rs). O bairro é bem corporativo, mas de fim de semana dá pra andar de bicicleta na ciclofaixa ou usar da ciclovia recententemente inaugurada. Foi lá que comecei minha vida profissional, que iniciei meu pedal noturno, que fiz amigos para a vida. As ruas ao lado tem um comércio grande de lojas que suprem as necessidades dos executivos que andam para um lado e para o outro na hora do almoço. Claro, também tem a Globo, trânsito e obras não acabadas. 

Bela Vista – Ir para a região da Paulista é sempre um “evento”. Os melhores pubs estão la, tenho amigos queridos que saíram das casas dos pais e moram na região, (o que é ótimo para economizar no estacionamento rs). Tem museu, tem parque, tem cantor no meio da rua, tem manifestação, tem bloco, tem vida sabe? Ir para Paulista é lembrar que essa cidade nunca dorme mesmo. E tem a Augusta! O local onde mais gente descolada se encontra, gente livre de qualquer preconceito, que só quer ser feliz. Quer coisa melhor?

Pinheiros – Já fui mais frequentadora daquelas ladeiras, confesso. Acho que to ficando velha para a bagunça noturna da Vila Madalena, mas se me chamar para comer uma empanada, andar na Benedito Calixto, achar um espaço novo de food truck ou ouvir jazz no meio da rua sentada em uma cadeira de praia, eu to dentro!! Tarde de fotos no Beco do Batman é comigo também! Pinheiros lembra bloco de carnaval, aquela folia, glitter, catuaba e afins… Enfim, os blocos de carnaval são um capítulo a parte =) 

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Com seus 20 milhões de habitantes (!!!), São Paulo é a cidade mais populosa do país, principal centro financeiro, comercial e mercantil da América do Sul. Fundada por padres jesuítas em 1554, hoje é a representação de uma cultura mista, que abriga tantos imigrantes italianos, japoneses, libaneses, sírios, espanhóis e mais um infinito de nacionalidades, que aceita o hetero, o gay, o trans, o bi e tantas outras orientações (é uma luta diária, mas chegaremos lá), dos protestos em vias públicas às festas e bloquinhos – Copa sua linda, é você mesmo que esta chegando?

São Paulo é uma cidade vibrante, linda e eu torço muito para que nossos governantes olhem pra ela com o carinho que ela merece. Os paulistanos não os culpo pela vida estressante, workaholic e intensa que passam seus dias, mas eu também vibro para que você paulistano tenha tempo de cuidar de você e das pessoas que ama, que você lembre que o trânsito não é um campo de batalha, que cordialidade e gentileza engrandecem o homem e que se a gente não cuidar do que tem, ninguém fara isso por nós.

Feliz 464 anos Sampa!