Essa espécie rara chamada intercambista!
Texto originalmente escrito em: 13/07/2017
Certeza que hoje em dia você conhece alguém que já foi, esta ou pretende fazer um intercâmbio. Se não for na sua família, provavelmente a sobrinha do vizinho, a ex namorada do seu amigo, um conhecido da época da escola que há anos não tinha notícias, enfim, não é difícil de encontrar.
O que essas pessoas todas têm em comum? Uma vontade de viajar e se jogar no desconhecido que é quase inexplicável. Digo quase porque eu faço parte dessa trupe e vou tentar explicar o que passa na nossa cabeça.
Primeiro passa medo, claro! Ninguém se joga assim no mundo, em um país que ninguém fala sua língua, que você não sabe se locomover, como reconhecer as notas e comprar comida ou um chip para acessar a internet, sem medo.
Não é nada confortável sair da zona de conforto, não é fácil deixar sua família e seus amigos para trás (não mesmo) lhes dizendo o quanto você vai fazer falta e o quanto é corajosa, e por fim não é um mundo cor de rosa onde tudo dará certo. Já lhes adianto que na maior parte do tempo, tudo que planejou vai mudar da noite para o dia e você não tem muito controle sobre isso.
Depois de decidido para onde vai, passagem paga, curso fechado, começa uma expectativa maluca quando se dá conta que não tem mais volta e você vai ter mesmo que juntar coragem e se jogar. É hora de organizar a festa de despedida, comer tudo que se tem vontade e tem certeza que vai sentir saudade e dar adeus ao crush.
Chega o dia, aquela dor no coração no aeroporto, aquele nervosismo que você nem sob tortura vai assumir que está sentindo, você aterrissa no seu destino e como em um passe de mágica, você dá aquela relaxada e descobre que está tudo bem.
Em poucos dias nessa imersão cultural, aquele medo vira empolgação para conhecer tudo, o novo se transforma em algo lindo, você já se dá conta que foi a melhor coisa que fez da sua vida, e que o mundo meu amigo, é mtoooo grande, mas MTO grande para se contentar com pouco.
Eu não julgo as pessoas que perto dos 30 anos (que fique claro, tenho 29 anos rs) buscam uma estabilidade financeira, o conforto de um carro do ano ou a segurança de mais uma parcela paga do apartamento dos sonhos, até porque muitas das pessoas que mais amo estão enquadradas nesta categoria, mas eu preciso confessar que não faço parte deste grupo, se é que ainda não se deu conta.
Eu faço parte daquela fatia de loucos que põe a mala nas costas (tá bom, a mala de rodinha também conta), apresenta o universo dos hostels com quartos compartilhados aos seus amigos, que tem um quadro raspadinha no quarto de países visitados e não vê a hora de colori-lo ainda mais (vide foto abaixo).
É isso que faz eu me sentir viva, é por isso que eu amei tanto morar na Irlanda e falo de lá até hoje 06 anos depois, é por isso que eu quase tive um piripaque de tanta felicidade antes de embarcar para a Tailândia nas férias de 2016 e é por isso que eu estou tão radiante morando agora em Buenos Aires.
Se identificou? Não vê a hora de passar por tudo isso? Aguenta + um pouco que o próximo post eu te ensino por onde começar.