Seguimos colecionando memórias e descobertas!

10 meses de Inglaterra, mais tempo do que eu vivi de Argentina e quase metade do tempo que eu morei na Irlanda. Aquela sensação de definitivo vai tomando forma, agora tenho carteira de motorista provisória, um postinho de saúde perto de casa, e cartões fidelidade de lojas, farmácia e afins vão se acumulando.

Seguimos firmes! Com mais vitórias do que derrotas, com sorrisos superando as lágrimas. À medida que o tempo avança, nossas conexões com as pessoas se transformam. Amigos inseparáveis de uma vida não aparecem tanto, e dirigir na escuridão às 16h30 já não é assustador. O tempo flui rápido, mas ao mesmo tempo parece se arrastar.

Minha maior saudade persiste nas pessoas. Sentar em um bar numa tarde ensolarada, curtir um pagode com caipirinha e sair dirigindo sem destino pela cidade, os “almojantas” de domingos preguiçosos.

Aqui, me adapto aos novos passeios, às comidas indianas para viagem, e até mesmo a rotatória já não é mais um desafio assustador em minha vida motorizada. Agora, enfrento o novo desafio do gelo na pista. E como bônus, meu carro nem quebrou mais!

Setembro passou trazendo tanto amor que precisei de semanas para absorver tudo aquilo. Minha mãe e meu irmão vieram me visitar, pisando pela primeira vez na Inglaterra. Foram 20 dias intensos de bateção de perna, do jeito que a gente gosta. Teve museu, vista panorâmica, check em muitos pontos turísticos de Londres – Big Ben, Westminster, Windsor, London Eye, até museu de cera entrou na roda – e do outro lado aquela calmaria da vida de interior, que só foi abalada pelo meu aniversário de 36 anos.

Tinha que rolar um churrasco bem brasil pra ninguém botar defeito. Teve bolo, teve Aaron churrasqueiro, teve convidados super especiais e teve também finalmente o encontro dos meus familiares com a família do Aaron. Uma pena meu pai não estar aqui pra participar, mas com certeza haverá outros.

Foi intenso, principalmente ao perceber que sempre haverá despedidas, não importa em qual lado do portão eu esteja no aeroporto. Ver minha família partir deixou um vazio, acompanhado da pergunta: “E agora? Como eu me virava antes deles?” E para quem acompanhou de perto essa dor, sabe que ficou ainda mais difícil com a preocupação pela saúde de minha mãe à distância.

Para sair daquele looping e na melhor hora possível, Aaron e eu embarcamos para Lisboa para finalmente desbloquear mais um País da nossa lista, e conhecer Portugal. Finalmente porque no passado tínhamos planos de ir pra lá e por conta da incerteza da pandemia, desistimos. Que delícia ouvir Português por todos os lados, quantos brasileiros gente fina cruzamos. Pena não poder dizer o mesmo dos Portugueses. Os achei bem mal humorados e estressados, especialmente a geração mais velha.

Lisboa e a praça em frente ao nosso hotel lindinha

Ficamos hospedados em um hotel maravilhoso em Lisboa, reencontrei amigos da época de Dublin (Sim, eles estão por todos os lados, como você pode ver), comi bacalhau e tomei vinho até perder de vista. Lisboa foi muito legal, mas eu gostei ainda mais de Belém, que graça de lugar! E só não comemos mais Pasteis de Belém porque queima-los depois dá trabalho.

Fizemos um roteiro para subir até Porto, e na volta para Lisboa paramos em Fátima e Nazaré. Porto não me conquistou, mesmo. Nem sei se voltaria, sai de lá incomodada com o custo das atrações turísticas, nosso hotel deixou a desejar e com a sensação que não aproveitamos muito (talvez pelo tempo ou por falta de planejamento, eu estava zero cabeça de planejar antes da viagem, como sempre faço).

Agora Fátima e Nazaré foi o dia mais foda. Estar em Fátima no Dia de Finados e assistir uma missa naquela terra, foi especial. Rezei e agradeci na mesma proporção. Nem me lembrava a última vez que tinha assistido uma missa católica do começo ao fim. E de lá para outra potência da natureza, criação Dele, as ondas gigantes de Nazaré quebrando naquele penhasco. Eu não sei nem se dá pra explicar a sensação que é estar ali, vendo onda atrás de onda quebrando e deixando aquele rastro de espuma. Sem contar o vento, que se bobear, levava eu e você junto.

De volta a realidade rolou casamento de duas amigas do Aaron, e celebração ao Remembrance Day, o dia que o exército presta sua homenagem a todos os soldados que faleceram em guerras. Também fui pela primeira vez em um Escape Room no aniversário de outro amigo. No trabalho, seguimos atendendo noivas, em um misto de eventos corporativos e festas natalinas de fim de ano. Mais um prêmio conquistado, sendo o espaço de casamentos mais elogiado da região. A temporada 2023 acabou e estamos nos preparando para a 2024 que já promete, é casamento que não acaba mais! Enquanto isso vou usar das minhas horas extras e fugir do inverno Inglês por um tempo! Aguardem, lá vou eu em direção àquele portão de embarque…

Continua nos próximos capítulos!

6 comments on “Seguimos colecionando memórias e descobertas!

  1. Que demaisss acompanhar essa sua linda jornada amiga!! Ameiii as fotos e fico mto feliz em ver suas conquistas desbravando esse novo universo!! Te amo!! Saudades sempre!!

  2. Nat, que delícia de leitura.
    Fico sempre emocionada quando leio seu blog; como já morei fora, sinto na pele todas essas emoções que você tão bem sabe descrever.
    Beijos e saudade

  3. Estou adorando ver vc tão feliz e linda!!!
    Um dia chego aí 🙏 bjs da Sol ☀️
    Saudades das nossas farras 🙌👯‍♀️🥳💖

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