Os bloquinhos de Sampa! ESPECIAL CARNAVAL

Eu sei, eu sei, no meio de vacina, fases da pandemia, tudo que você queria nesse sábado de manhã era acordar, tomar um banho de purpurina, encontrar os amigos e se acabar de dançar no bloquinho! Tudo porque chegou aquela fase do ano que a gente ama e é uma das mais antigas manifestações culturais da cidade, o Carnaval!

Devo lhe alertar que se você não gosta de bloquinho e aquela aglomeração feliz, ou prefere curtir Carnaval descansando em casa, acompanhando os desfiles na TV, esse post não é pra você. Hoje eu estou escrevendo pra aquelas pessoas que assim como eu, estão sofrendo por este ano não terem a chance de ficar uma semana sem dormir direito, tomando Catuaba quente em um sol de 40 graus para – do nada – receber altas tempestades na cabeça, ficando com o pé molhado o dia todo.

Voltando uns anos na minha adolescência, naquele momento que você precisa escolher se é da turma da rave ou da micareta no Estância – desculpa sertanejo – eu não só ia em todas as festas, como era quem organizava a compra dos ingressos, chegava lá 09hrs pra dançar muito todas as coreografias no estacionamento e pulava loucamente atrás daquele caminhão até não ter mais voz, pé, ou celular hahahahaha.

Cresci e até hoje me jogo em um bom show do Saulo em todas as oportunidades, seja em São Paulo ou porque não em uma ponte aérea aqui do lado! É o meu momento de descontração, de resetar mesmo e seguir em frente.

Saulo e toda a minha admiração por ele!

Acho que deu pra entender o quanto eu gosto de axé né! E axé e Carnaval se completam como Dodô e Osmar, Salvador e acarajé, Chiclete com Banana e Bell Marques, Rainha e Daniela Mercury, Saulo e pipoca!

Voltando a minha atual localização no GPS, vou dividir com vocês a minha relação entre Bloquinho e Sampa meu! Ainda me lembro de alguns anos atrás, que o Carnaval ia chegando e a meta era pra onde íamos fugir, o importante era não passar em São Paulo. Arrisco dizer que até 2016, o foco do Carnaval ainda era os desfiles no Sambódromo e aconteciam algumas festas pagas aleatórias na cidade.

Nesse tempo eu acabava viajando para o Rio de Janeiro, Florianópolis, ou para o interior em alguma festa na pracinha, o importante era achar o agito. Até que chegou o ano de 2017 e, segundo uma pesquisa de SPTuris, os bloquinhos da cidade obtiveram 200% de participantes a mais em relação ao ano anterior. Desde então, o agito agora é aqui bebê!

Como é curtir o Carnaval nos blocos de São Paulo!

Na Capital dos arranha céus, da Marginal e dos engravatados, a Faria Lima vira palco de Festa Eletrônica, a Daniela Mercury desce até a Praça Roosevelt no último dia de festa e nos últimos anos a Berrini recebeu Banda Eva. Que sonho! E do lado de casa!

Pra você ter uma ideia em 2020, o Carnaval de rua de São Paulo atingiu um recorde de 15 milhões de pessoas durante três semanas em mais de 600 desfiles de blocos. Em 2019, foram 14 milhões de foliões e, em 2018, 09 milhões. Nesse ritmo, o carnaval de rua da capital paulista vai se consolidando como um dos maiores do país.

Curtir o carnaval em Sampa é reencontrar a galera que sumiu o ano todo, fazer os amigos mais improváveis na fila do banheiro e se você for ligeiro, dá pra pagar as contas de um trimestre vendendo cerveja. Simmm, porque também dá pra trabalhar no carnaval!

Eis que não faz muito tempo, além de não querer sair da cidade pra curtir os blocos, decidi me juntar a uma amigona e gritar pelas ruas dessa cidade: “Olha o pesado!”. Nos cadastramos na prefeitura, compramos um estoque de bebida e nos jogamos. Era uma maratona surreal de trabalho das 08hrs (para pegar o melhor ponto, muuuito antes da chegada do bloco) as 22hrs, ou enquanto tivesse cerveja naquele isopor.

E segura plaquinha, e guarda dinheiro, e bebe pra passar o calor. E sobe ladeira na Vila Madalena com isopor, e vira ponto de encontro da galera, e vai comprar gelo e volta com ele na cabeça no sentido contrário do bloco rs. Te assustei? Juro que é legal. De bônus você ainda faz amizade – pratica o inglês boba, porque o que não falta é gringo no bloquinho – e volta pra casa cheia de história pra contar.

Que saudade dessa bagunça! Pensar que ano passado estava eu no meio do Parque do Ibirapuera vendo a Anitta malandra quebrando tudo, tive a honra de conhecer o Bloco do “Casa Comigo” quando ele ainda era pequenininho em uma rua em Pinheiros – visualiza que em 2017, 700.000 foliões curtiram esse bloco no Largo da Batata – e até no bloco de sertanejo do Teló eu me joguei.

Carnaval é isso, é mistura, é ver a Gretchen cantando “Conga Conga” no Centro de São Paulo com R$ 10 no bolso em um domingo à tarde que você nem ia sair de casa, é se libertar de tantas crenças bobas, é sair de meia arrastão de casa 11hrs de uma segunda feira e achar purpurina no corpo dois meses depois.

Esse post além de compartilhar publicamente um pouco da minha vida desregrada, como diz minha mãe, também está aqui pra te deixar morrendo de vontade de uma folia, e assim nos juntarmos no mantra que ele venha no segundo semestre, para trazer um pouco de alegria a esse coração eternamente micareteiro e folião que faz tempo que não se joga em uma festa boa.  

Muita festa todo dia!

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