O que fazer em Londres em 07 dias!

Já tive a chance de passar 3x por Londres em diferentes momentos, a primeira na época que morava em Dublin (2011) – e Londres foi o primeiro destino planejado para conhecer da Europa – a segunda vez visitando o namorado em uma passagem rápida (2018) e a última pra compensar, fiquei 12 dias direto na cidade (2020). Que alegria!

Londres lembra São Paulo na sua vida agitada, pessoas por todos os lados, aquela sensação que sempre tem alguma coisa acontecendo no entorno, e como boa paulistana gostamos muito disso. Londres é cosmopolita, empresarial e histórica. Quanta história por lugares que com certeza você já ouviu falar: Picadilly Circus, Soho, Buckingham Palace! Você nem precisa entender muito de Monarquia para se fascinar pela Rainha e o que ela representa para os Ingleses.

Vamos por partes! Resolvi fazer um roteiro de 01 semana na cidade que dá para aproveitar cada cantinho sem correr muito ou acabar com a sola do seu sapato! Mas não se engane, porque você vai andar muito de qualquer jeito, seja ao ar livre, em um museu ou para admirar a vista em uma das pontes que cortam o Rio Tâmisa.

Nota rápida – O que você precisa saber em tempos de Corona Vírus

  • Para controlar o acesso e o número de pessoas em um ambiente fechado, os museus agora pedem um agendamento prévio, então se você vem com os dias contados, não deixa de organizar o roteiro com antecedência pra não perder a chance de visitá-los, e vamos combinar, eles são imperdíveis. Só entrar no site de cada museu e fazer a reserva sem custo.
  • Tenha sempre a mão sua máscara, pois em ambientes fechados e transporte público a máscara é mandatória. Álcool em gel você encontra por todos os lados, inclusive em totens na rua, mas é sempre bom ter o seu na bolsa para garantir.
  • O transporte público já não aceita mais pagamento em dinheiro, então tenha sempre a mão seu cartão Oyster ou o cartão do banco que funciona com a tecnologia sem contato.

O QUE FAZER EM LONDRES EM UMA SEMANA

DIA 01 – Covent Garden, Soho e China Town

Comece pelo mercado de Covent Garden. Já do lado de fora, você verá apresentações de artistas de rua e dentro do mercado uma mistura de lojas chiques e artesanatos. Bem próximo ao mercado, sentido Soho, você cruzará a Seven Dials, uma confluência de 07 avenidas com uma torre de relógio central. Ali próximo está o beco Neal´s Yard. Esse beco em forma de triângulo, é uma graça, e você encontrará lojas coloridas, nos antigos armazéns, que um dia serviram ao extinto mercado de hortifruti de Convent Garden. 

Bem próximo ao Seven Dials também está a Leicester Square, onde tem a Loja do M&M e do Lego, uma de frente para a outra. A do M&M é o paraíso do chocolate self-service e souvenires e a do Lego, você encontrará representações icônicas da cidade, como um vagão em tamanho real do metrô de Londres, que contém 630 mil peças de Lego.

SOHO é o centro da comunidade LGBTQIA+ de Londres. É um bairro cool, muito expressivo e abriga a famosa Carnaby Street, rua associada a modernidade e liberdade criativa dos anos 60. Era nesta rua que pops starts como Beatles, Stones, The Who e Jimmi Hendrix compravam roupas. Hoje cercada de bares, cafés, restaurantes e sex shops, no fim de tarde as ruas do bairro lotam para o happy hour, fica a dica.

China Town, ao lado do Soho, como o nome diz, é a comunidade chinesa da cidade. Você encontrará uma infinidade de restaurantes e o portão de entrada ao bairro. A minha dica, é experimente o sorvete de chá verde servido em uma casquinha em formato de peixe. Me indicaram e eu amei, então estou repassando a dica.

DIA 02 – Picadilly Circus, Tour de Compras (Regent e Oxford Street) e Sushisamba

Se você está situado na esquina de painéis em neon, muitos ônibus vermelhos passando e a estátua de Eros, você chegou ao Piccadilly Circus. Mesmo próximos, separei Picadilly do Soho para que você esteja descansado suficiente para conhecer a Regent e Oxford Street e aproveitar seu dia de compras. Nessas ruas você encontrará as maiores lojas de departamento como H&M, Zara, Marks & Spencer, Nike e a queridinha dos turistas, Primark!

Sobrou tempo no seu dia? Deixe o fim de tarde para admirar o pôr do sol e tomar drinks maravilhosos no Sushi Samba. Eu conheci a unidade da Heron Tower no rooftop e é imperdível. O restaurante serve sushis, comida peruana e brasileira e tem uma vista imbatível da Tower Bridge.

DIA 03 – Tower of London, Tower Bridge e Borough Market

A Tower of London é um castelo histórico de quase 1.000 anos. Guilherme o Conquistador, construiu a Torre Branca após invadir a Inglaterra em 1066. Já foi residência real, prisão, sede da real casa da moeda e ponto de partida para o cortejo real até a Abadia de Westminster, onde se celebrava a coroação. São várias torres e algumas delas já abrigaram animais exóticos que eram oferecidos a casa real, incluindo leões;

Ao lado da Torre de Londres, construída sobre o Rio Tâmisa, está a Tower Bridge, entre tantas pontes, a minha favorita de longe!

De estilo vitoriano, foi construída na metade do século XIX, devido ao aumento do desenvolvimento comercial na área leste de Londres. A região carecia de uma travessia do rio que não impactasse a passagem das embarcações, e assim ela ganhou uma ponte levadiça.

A Ponte foi inaugurada pelo Príncipe de Wales (futuro Rei Eduardo VII) em 1894. Originalmente havia uma passagem de pedestres no alto da torre, onde hoje está localizado a Tower Bridge Experience, uma exposição permanente sobre a história da ponte. Você pode comprar o ticket, e além de conhecer curiosidades sobre a sua construção e a casa de máquinas, poderá caminhar na plataforma de vidro e enxergar os carros lá de cima.

As suas cores – vermelho, branco e azul – se mantem desde 1977, do Jubileu de Prata da Rainha Elizabeth II.

Eu tive a sorte de ver a ponte elevada uma vez, e descobri que você pode na verdade pesquisar quando ela estará aberta novamente e o cronograma dos navios que cruzarão a ponte através do site https://www.towerbridge.org.uk/lift-times

Caminhando agora do outro lado da ponte, siga até o Borough Market. Dá para ir andando tranquilo e o deck ao lado do rio é super agradável.

Borough Market é o mercado mais antigo de Londres, não se sabe ao certo quando começou mais há registros de 1.014. Neste mercado você encontrará comidas de diversas nacionalidades e uma feira livre. Fica localizado embaixo de arcos de pontes ferroviárias e antigos armazéns da cidade, próximo a London bridge.

DIA 04 – St. Paul Cathedral, Millenium Bridge, London Eye, Big Ben e Parlamento

Comece o dia na St. Paul Cathedral, igreja Anglicana e sede do Bispo de Londres. Segunda maior Catedral do mundo, atrás apenas do Vaticano, foi palco do funeral de Churchill, primeiro-ministro super popular na Inglaterra e sediou o casamento do Príncipe Charles e Lady Di.

Termine a visita sentido Millenium Bridge para o outro lado do Rio Tâmisa. Essa ponte futurista foi inaugurada no ano 2000, na véspera do novo milênio. Do outro lado da ponte fica o Museu Tate Modern e o Shakespeare Globe Theatre. 

Vista St Paul Cathedral da Millenium Bridge

Siga sentido a queridinha dos turistas que você já avista de longe rodando com seus 135m de altura, a emblemática London Eye.

Lá de cima você verá que está ao lado do Big Ben e do Parlamento. O Big Ben tem passado por uma reforma há alguns anos, então você provavelmente verá um pedacinho do relógio e a torre toda coberta. Mas tudo bem, porque a reforma era necessária e assim que se iniciou descobriram que a estrutura estava mais danificada que se imaginava depois dos bombardeios da Segunda Guerra.

Curiosidade do dia: Você sabia que Big Ben não é nem a torre e nem o nome do relógio, e sim o sino do interior da torre que foi instalado no Palácio de Westminster em 1859? Passei anos sem saber disso e agora vim compartilhar com vocês.

O Palácio de Westminster, também conhecido como Parlamento, é o edifício de estilo gótico ao lado da Torre e normalmente oferece visitas guiadas, mas não custa checar na atual situação do COVID.

DIA 05 – Camden Town e Market

Eu me apaixonei pela terra de Amy Winehouse. O bairro de Camden é super descolado, vibra cores e sabores e é um paraíso de compras, tudo em um só lugar. É o típico passeio para fazer durante o dia, ficar para almoçar em um dos inúmeros food trucks e barganhar itens em um dos Markets que tem por lá (Camden Lock, The Stables, Canal Market, Buck Street Market, Inverness Street Market). Além dos mercados, funcionam centenas de oficinas e estúdios de designers, lojas de discos e CDs, jóias e artesanato além das lojas de tatuagem e piercing.

Você provavelmente já ouviu falar da loja Cyberdog. Ela é famosa por ter dois robôs enormes na porta! Do lado de dentro são três pisos de roupas neon estilo Lady Gaga na sua versão chocante e um piso só de sex shop, com vibradores, roupas sexys e apetrechos. O espaço também funciona como boate com DJ e música eletrônica no talo.

Aproveite para curtir um pub com música ao vivo tomando uma cerveja e se ainda tiver pique caminhe até a casa onde Amy morreu. A casa já não pertence a família, mas em frente ainda tem uma árvore com mensagens e homenagens a ela.

DIA 06 – Museu Natural, Museu de Ciências, Hyde Park, Albert Memorial e Palácio de Kensington

Você precisa de um dia só para curtir os museus, de preferência escolha um que o tempo não esteja muito bom para ficar ao ar livre. Como citei, não esqueça que é necessário fazer um pré booking para visitá-los em tempos de COVID. Se programar com antecedência, dá para reservar mais de um no mesmo dia.

O Museu Natural é lindo, e conta com cerca de 80 milhões de espécies de ciências naturais e da Terra. Lá você encontrará uma ala dedicada somente aos dinossauros (não deixe de visitar, é incrível) e diversas espécies coletadas por Charles Darwin.

Já o Museu de Ciências conta a história da humanidade através de suas criações e descobertas e é perfeito pra ir com crianças. Interativo, este museu de ciências e tecnologia expõe mais de 15 mil peças em sete andares.

Saindo dos Museus, caminhe até o Hyde Park. Este parque faz divisa com o Jardim do Palácio de Kensington, mas uma vez lá, você mal consegue notar quando está atravessando de uma ponta a outra devido a sua extensão. Não deixe de ver o Palácio de Kensington, Residência Oficial dos Duques de Cambridge, William e Kate, o Memorial da Princesa Diana, os jardins Italianos e o Memorial do Príncipe Albert.

Jardins Italianos

Este último é um monumento de mais de 50 metros de altura erguido em memória do Príncipe Albert, marido da Rainha Vitória. O príncipe aparece sentado segurando o catálogo da Grande Exposição, projeto que ele encabeçou e aconteceu no Hyde Park em 1851. Além de celebrar seus interesses e paixões, o monumento também reflete as conquistas da Era Vitoriana.

DIA 07 – Buckingham Palace, Trafalgar Square, Bricklane, Spitafields Market

Por último e não menos importante, comece o dia na Residência Oficial e principal local de trabalho da Rainha Elizabeth II, o Palácio de Buckingham. Se você for no horário certo ainda tem grande chance de ver a troca da garda, os soldados que protegem os portões do Palácio em turnos.

Eu já fui lá três vezes e não dei essa sorte, uma estava chovendo, e com chuva, não acontece. As outras duas vezes não sei por que, mas também não aconteceram. Então eu indico que você tente a sorte! rs

O que eu sei é que acontece as 11h00 e é legal chegar antes, e que não há uma agenda fechada, mas quem já viu, diz ser super legal. Aproveite para admirar o monumento que fica a frente do Palácio em homenagem a Rainha Victoria.

De lá da para ir caminhando até a Trafalgar Square, que possui esse nome por celebrar a Vitória dos Ingleses na Batalha de Trafalgar (1805) na Guerra Napoleônica. Em seu centro está a Coluna de Nelson, em homenagem ao almirante que estava no comando, rodeada de quatro leões de bronze. Legal mesmo é subir no leão para tirar foto, um desafio e tanto.  

Na mesma praça está a Galeria Nacional e a estátua de George Washington. Essa estátua, que foi presente do estado de Virgínia, está situada sobre um solo importado dos Estados Unidos, já que Washington jurou que nunca voltaria a colocar os pés sobre solo britânico. Debochados poucos os Ingleses rsrs

Para fechar o dia, passeie na região de Shoreditch, que até metade dos anos 1990, era habitada pela classe trabalhadora. Hoje praticamente uma galeria de arte a céu aberto, cheio de grafites, murais e intervenções artísticas. Personalidades como Charles Chaplin e as primeiras montagens de Romeu e Julieta e Hamlet foram apresentados nos teatros de Shoreditch.

A Rua Brick Lane merece destaque. Ela tem este nome por causa das fábricas de tijolos e ladrilhos que se instalaram na região durante o século XV. Atualmente é o centro da comunidade Bengali e Bangladesh em Londres e você encontrará diversos restaurantes indianos.

Para a galera fã do gênero terror, por ser muito próxima à Whitechapel, Brick Lane também é associada aos crimes de Jack, o Estripador. Até hoje existem diversos tours e lugares históricos que falam sobre estes crimes.

O roteiro acaba por aqui, mas se você tiver pela cidade e lhe sobrar tempo, o que não falta são opções extras para conhecer. Tem estação de trem para os fãs do Harry Potter, rua para os fãs dos Beatles e mercado e livraria para os amantes do filme “Um lugar Chamado Notting Hill”.

Agora se você tem curiosidade do que tem para fazer além de Londres, em breve trarei pra vocês roteiros de tirar o fôlego pelo interior da Inglaterra.

Abraços!

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